O mercado de criptoativos está em pleno crescimento, com resultados impressionantes e tornando as criptomoedas cada vez mais populares como investimento com ótimas perspectivas de retorno. Porém, escândalos financeiros como o FTX costumam abalar a confiança dos investidores.
Crimes como o da FTX ocorrem por estratégias fraudulentas na captação de investidores, avaliações erradas de mercado que levam a grandes perdas e as decisões pensadas criminosamente.
Se isso traz um aspecto positivo, de não serem causados por falhas na segurança da tecnologia usada nas moedas digitais, é cada vez mais importante a necessidade de jogar visibilidade sobre o mercado e criar mecanismos regulatórios.
Os tokens de negócios podem ser afetados? Como esse nicho deve lidar com esses sobressaltos que colocam as criptomoedas em xeque?
A BLOCKBR, uma empresa nativa web 3.0, vai mostrar como o real digital e a tokenização podem superar esse desafio!
ENTENDENDO OS PERSONAGENS DA FALÊNCIA DA FTX
O QUE É A FTX
A FTX é uma exchange ou corretora de criptoativos, especializada em criptomoedas, dentre elas o bitcoin, o ether, o cardano e o FTT (token monetário da FTX). Foi fundada em 2019 nas Bahamas e mantinha operações em Antigua e Barbuda, além do país sede.
No mês de julho de 2021, ela atingiu seu maior volume em usuários, com mais de um milhão e era a terceira maior exchange de moedas digitais do mundo. No começo de 2022, a empresa possuía um volume de negociação diário de 10 bilhões de dólares.
Seu CEO é o investidor americano Sam Bankman-Fried, dono de uma fortuna avaliada em 25 bilhões de dólares e presente nas listas Forbes 400 na 41ª posição e Billionaires na 60ª da lista, ambas em 2022.
Além da FTX, Bankman-Fried era dono de um fundo de investimento em criptomoedas, o Alameda Research, que na verdade foi iniciado antes, em 2017 e tem papel importante no escândalo FTX.
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A CRONOLOGIA DA FALÊNCIA DA FTX
- A FTX decidiu emprestar recursos em moeda e tokens para um hedge fund – correspondente a um fundo multimercado no Brasil – para que esse obtivesse ganhos maiores nas operações de mercado;
- A hedge fund, por sua vez, fez investimentos errados, por imprudência ou falha nas análises. Com isso, ela absorveu um prejuízo grande e tornou-se impagável o empréstimo com a FTX;
- A FTX lançou grandes volumes de FTT no mercado como forma de captar recursos para equilibrar o caixa e honrar a rotina de saques e seus pagamentos. A desvalorização do FTT que viria em seguida cortou essa sustentação;
- Como garantia de alavancagem, a Alameda Research usava FTT. O impacto foi inevitável;
- Análises de demonstrativos contábeis das duas empresas mostravam sinais de insolvência;
- O CEO da Binance, um dos maiores detentores de FTT, tomando conhecimento da situação da Alameda, comunicou que venderia suas posições se a insolvência se confirmasse;
- O resultado foi tão impressionante quanto esperado: bilhões de FTT vendidos em curtíssimo tempo, derrubando drasticamente o preço da criptomoeda da FTX;
- Da noite para o dia, milhões de investidores perderam quantias essenciais para seus projetos de vida e de negócios, mesmo sendo, na maioria, investidores de perfil arrojado, que conhecem a volatilidade das moedas digitais, mas não contam de serem vítimas de crimes;
- Os detentores de FTT correram para resgatar suas posições da criptomoeda da FTX, registrando um montante de 6 bilhões de dólares de requisições em 72 horas;
- A empresa chegou a um rombo de liquidez de 10 bilhões de dólares e, sem liquidez, bloqueou os saques e decretou falência;
- No final de novembro de 2022, a FTX devia cerca de 3 bilhões de dólares para os maiores credores. A maioria deles é do mercado de digital assets, criando um efeito dominó de perda de liquidez, pressionando os preços para baixo e fazendo big players suspenderem depósitos e saques;
Para o mercado na ponta, fica a desconfiança do investidor, principalmente o pequeno, que vê nas criptos a chance de gerar renda passiva com mais arrojo, aplicando pequenas quantias e a longo prazo.
REGULAMENTAR PARA PROTEGER O CRIPTOMERCADO
Casos de instituições financeiras, brasileiras e internacionais, que quebram por práticas ilegais ou má gestão infelizmente não são incomuns. Porém, o sistema bancário vem aprendendo a se blindar com regulação e legislação mais firme.
No criptomercado, não será diferente; é preciso estabelecer limites claros de atuação das empresas e mecanismos de prevenção e punição para práticas que tragam prejuízos aos investidores que não estejam dentro dos riscos inerentes ao ativo digital.
LEI DAS CRIPTOMOEDAS APROVADA
Falando de Brasil, a aprovação da Lei das Criptomoedas pela Câmara dos Deputados no final de novembro de 2022 é o marco regulatório do criptomercado que contribuirá para que haja:
- Um setor de criptoativos funcionando com arcabouço legal e judicial;
- Um regulador do criptomercado e corretoras de criptoativos com papéis mais claros para os clientes;
- Mecanismos de prevenção e combate de ilícitos plenamente conhecidos;
- Impedimento da entrada de players com comportamentos irregulares ou suspeitos.
Com isso, os investidores terão mais confiança no sistema, sem que isso signifique que as transações em si serão controladas – regulação e descentralização são coisas diferentes.
A Lei das Criptomoedas vai para sanção presidencial ainda em 2022.
A TOKENIZAÇÃO AVANÇA EM 2023 APESAR (E POR CAUSA) DA CRISE FTX
Além de os tokens de mercados serem criptoativos como o bitcoin e outras criptomoedas, a grande maioria das empresas de projetos de tokens (as tokenizadoras) também opera com a criação e negociação de moedas digitais.
Essa é uma prática saudável, que permite o ganho de sinergia entre os desenvolvimentos dos dois produtos em um mesmo ambiente de tecnologia – as blockchains – e a adoção das boas práticas da tokenização na gestão do criptomercado de moedas.
Por outro lado, são criptoativos totalmente diferentes na finalidade: enquanto criptomoedas são um meio de pagamento e de investimento – infelizmente sujeitas a crimes financeiros como o FTX – o token é a peça central de algo maior: um plano de negócio estruturado.
MIGRAÇÃO DE INVESTIMENTO
Com o crescimento do volume de negócios tokenizados, a tendência é a migração de investidores das criptomoedas para comprar token – um produto que nasce com base na segurança institucional de quem oferta e de quem cria a tokenização.
Investir em tokens é o mesmo que investir em frações de bens e direitos, com inúmeras vantagens – segurança, transparência, disponibilidade, liquidez e rentabilidade.
Se os tokens podem ser impactados negativamente em um primeiro momento pelas más notícias do mercado de moedas digitais – afinal, ambos estão no mesmo “berço operacional” para a maioria das pessoas – a tendência é que a tokenização seja mais atraente logo em seguida.
Outro aspecto que pesará muito é a Lei das Criptomoedas: a regulamentação e a definição de boas práticas do mercado de moedas digitais automaticamente irão transferir credibilidade aos tokens de ativos e direitos.
COMO O REAL DIGITAL SUPERA ESSES RISCOS
O BACEN está projetando para 2024 o lançamento oficial do real digital, o CBDC (central bank digital currency) brasileiro, a moeda que representará digitalmente o dinheiro em contas correntes.
Mas o real digital é uma criptomoeda?
Não. Enquanto as moedas digitais são privadas, têm perfil de investimento e continuarão operando de forma descentralizada, o CBDC é uma moeda digital regulada pelo Banco Central e apoiada em três premissas:
- Segurança da blockchain privada do governo;
- Pagamentos peer-to-peer, sem intermediários e taxas;
- Uso para pagamentos no exterior sem custos.
Com a criação dela, é esperado que boa parte do fluxo de detentores das criptomoedas como forma de pagamento adotem o real digital, com mesmas as vantagens práticas e suportadas pelo sistema monetário brasileiro.
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